
...Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões...” –Manoel de Barros
JUSTIÇA NO FORMIGUEIRO
Uma formiga bem bunduda e preta,
sentadinha num caroço de pipoca
seguia carregada, a rainha ninfeta
da infância feliz que por hora evoca.
Um menino indgnado com a tirania,
se achando um rei no seu quintal,
soprou, como uma forte ventania,
achando a cena um exemplo do mal.
Caos instalado á porta do formigueiro.
Ouvia-se a fúria titânica dos soldados,
Visível a expressão de todos indignados
e o menino se achava um justiceiro.
Todas elas sobreviveram ao furacão,
com brio ferido, a rainha destronada,
talvez tenha aprendido uma boa lição
de um menino que não sabia de nada.
Sérgio Brandão, 03.03.11
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