quarta-feira, 8 de abril de 2009


O VELHO PALHACO ( Dedicado a Charles Baudelaire)
“Et,m’em retournant, obsede par cette vision, je cherchais a analyser ma soudaine douler...L’image du vieux poetsans amis, sans famille,sans enfants,degrade par as misere
et par l’ingratitude publique, ET dans La baraque de qui Le monde oublieux NE veut plus entrer!”
C.Baudelaire na prosa poética...Le vieux saltimbanque.

Era uma feira repleta de sonhos
em um vilarejo de seres sutis,
a cadela ruiva de riso bisonho
acenava latindo a caravana feliz.
Era uma linda tarde de outono.
Um dia de festas, roupas e fogos
Mágicos, trapezistas, ciganos
Fazendo jubilar jovens e idosos.
Uns gastavam, outros ganhavam,
outros bebiam enquanto flertavam.
Prostitutas, maçons, padres e beatas
A festa era mista, todas as castas...

Atras de uma tenda, isolado do povo
havia um palhaço com cara de choro
-ninguem mais queria, nem mesmo sorria
Das suas mancadas, das suas folias.
(inúmeros gritos, quanta alegria)


Já não se vê mais a sua proeza
Velho, perdeu o que o movia:
Não causa mais risos, inexiste beleza.
Sozinho, sentado, esquecido dos seus,
So lhe resta agora um belo consolo
-lembra das horas que brincava de Deus.
(viveu a gloria de ter sido um bobo)
Na tenda enfeitada ficou o palhaço.
Sem brilho, sem palmas (o coro e o osso)
O seu coração era um so estilhaço
de vidas alegres no fundo de um poço.

Sergio Brandao, Allston...2007 ????

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