domingo, 29 de julho de 2012


« un tas de pierres cesse d'être un tas de pierres, des qu'un seul homme le contemple avec, en lui, l'image d'une cathédrale » —Antoine de Saint-Exupéry.

(Um monte de pedras deixa de ser um monte de pedras, quando um único homem o contempla e enxerga nele a imagem de uma catedral)


NO LIMIAR DO SONHO.

Quando brincava com meus primos
de que escada era carro de família
e chão de quarto era mar de mimos,
os sonhos faziam parte da mobília.

Na outra semana, tudo se realizava;
Íamos mesmo à praia de Olivença,
onde a escada de ondas se esticava
até o ponto que a distância a vença.

O chão do mar era quarto de mimos,
os elementais formavam a quadrilha
saltávamos rochas fugindo dos limos
e os sonhos apontavam nossa trilha.

Antes de haver aquele ser que sentava
alguem concebeu a cadeira como crença.
Sonhar acorda o que antes funcionava
sem precisar de pedir licença.


Sérgio Brandão, Malden (Ma)24.07.2012.

Nenhum comentário: